Eu
abracei meus pais e fugi para a bolha de proteção, antes que me lembrasse de
você e onde estava. Eu sou uma covarde? Espero que não. Eu vesti o que sempre
me deixa confortável e resolvi não beber. Muito. Eu precisava refletir.
Precisava pensar no ano bissexto e como iria sobreviver a ele sem você. Mais
uma vez, sem você. Por algum motivo ainda acredito que você irá entrar pela
porta sorrindo ou falando da sua promoção no trabalho. Há milhares de dias
entre nós e eu ainda não te disse “adeus”. Eu não poderia.
Eu
estou ouvindo a música que tocou no carro quando estava indo me despedir de
você. Parece irônico, mas naquele dia tocava “Are they saying goodbye” de Ane
Brun. Eu estava indo me despedir de você no dia 18 de Julho. Eu nunca pensei que
iria ocorrer uma despedida porque, na minha mente, iria ficar tudo bem. Todos
os problemas e complicações iriam ser resolvidos como um apagador tirando o giz
branco no quadro negro.
Apagaram
a sua existência na terra, mas não no meu coração. Você será sempre lembrada,
Camilla. A cada natal e ano novo. Não podem apagar de mim a minha irmã e seus
planos. Não pode apagar a saudade e muito menos arrancar de mim um “adeus”.
Porque a cada gaveta revirada há um retrato seu, um bilhete em uma caixa esquecida e o moletom que passei a usar. Feliz
ano novo! Estou com saudades.
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