02 janeiro 2016

Não estou dizendo adeus

Eu amanheci pensando em você. Eu não penso em você com tanta frequência, é errado? Lembro em algumas situações que não me deixam fugir das lembranças. É, eu te amo. Amo. Eu fico me perguntando como seria a nossa virada de ano, como se vestiria ou o que faria no último segundo para surgir 2016. 

Eu abracei meus pais e fugi para a bolha de proteção, antes que me lembrasse de você e onde estava. Eu sou uma covarde? Espero que não. Eu vesti o que sempre me deixa confortável e resolvi não beber. Muito. Eu precisava refletir. Precisava pensar no ano bissexto e como iria sobreviver a ele sem você. Mais uma vez, sem você. Por algum motivo ainda acredito que você irá entrar pela porta sorrindo ou falando da sua promoção no trabalho. Há milhares de dias entre nós e eu ainda não te disse “adeus”. Eu não poderia.

Eu estou ouvindo a música que tocou no carro quando estava indo me despedir de você. Parece irônico, mas naquele dia tocava “Are they saying goodbye” de Ane Brun. Eu estava indo me despedir de você no dia 18 de Julho. Eu nunca pensei que iria ocorrer uma despedida porque, na minha mente, iria ficar tudo bem. Todos os problemas e complicações iriam ser resolvidos como um apagador tirando o giz branco no quadro negro.

Apagaram a sua existência na terra, mas não no meu coração. Você será sempre lembrada, Camilla. A cada natal e ano novo. Não podem apagar de mim a minha irmã e seus planos. Não pode apagar a saudade e muito menos arrancar de mim um “adeus”. Porque a cada gaveta revirada há um retrato seu, um bilhete em uma caixa  esquecida e o moletom que passei a usar. Feliz ano novo! Estou com saudades.



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