08 novembro 2015

O eco do racismo


Maria Júlia Coutinho, ou mais conhecida como Maju Coutinho, é jornalista e apresentadora. Recebo Maju todos os dias na minha casa ao assistir, o principal telejornal brasileiro, o Jornal Nacional da Rede Globo. Quanta simpatia ao apresentar o clima nas principais cidades do País! Taís Araújo é atriz, também, da TV Globo. Cresci assistindo a atriz em diversas novelas e muitas vezes em horário nobre. Já torci por um final feliz para as mocinhas que a atriz interpretou.

O que a jornalista e a atriz possuem em comum? A pele negra? A beleza? A visibilidade? O sucesso?  O cabelo Black Power? Gostaria que esses fossem os únicos fatos em comum, mas não é. Em setembro Maju foi vítima de comentários racistas na internet. Alvo de pessoas preconceituosas e que acham que a sociedade brasileira é 90% branca, cabelos loiros escorridos e com olhos claros. Será que estudaram história ou acham que estão em outro país? Se o padrão de beleza que eles procuram no Brasil forem este, para eles, eu tenho uma má notícia!

No início de novembro, a atriz Taís Araújo foi hostilizada com comentários racistas ao atualizar a foto do seu perfil no facebook. Em um intervalo de quase três meses, duas pessoas públicas foram discriminadas por sua cor e cabelo. Como ousam dizer que não há racismo no Brasil? Como ousam dizer que é vitimismo? Todos os dias o negro é vítima de preconceito na entrevista de emprego, no trabalho, na escola, na moda, ao ser confundido como bandido porque estava segurando a mão de uma mulher branca, ao ver que apenas crianças brancas são adotadas e até mesmo ao ver que a Barbie negra é mais barata que a loira. Somos negros. Somos mulatos. Descendentes de índios. Somos a mais bela mistura, temos cabelos lindos, sorrisos convidativos e temos o olhar que carrega a esperança de que um dia reconheçam que a cor da pele e opção sexual não importa e não faz a diferença.

Ao ver internautas em defesa de Maju e Taís Araújo, acredito que estamos em progresso. Um progresso lento, mas significativo em comparação aos séculos passados. E espero que o respeito à igualdade torne-se um vírus e contamine toda a nossa sociedade para que nunca mais precisemos ouvir o eco do racismo.


Um comentário:

  1. gostei, eu tambem abordei o tema no meu blogger se puder de uma passadinha la
    obg

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