Ouvi
uma conversa séria entre meus pais sobre “torna-me dependente” deles. Algo como
um seguro de vida para que eu possa requerer. Foi a conversa mais triste que já
escutei. Foi a preocupação na voz da minha mãe (mainha), que me fez perceber
que eu sou o mundo deles.
Me
fez pensar no futuro e penso nele constantemente, mas agora vejo de outra
forma. Mais emocional, menos ambiciosa – esperando o melhor emprego do mundo
como... A maquiadora de Adam Levine. Viu? Deixei de ser ambiciosa por agora - e
nem preciso mencionar que vê-los planejando algo para mim, aos vinte e quatro
anos de idade, é singelo e assustador. Joguemos as cartas na mesa, seguro de
vida nos lembra: perder alguém. E no mundo que dá mais volta que criança
brincando com bambolê é possível que a vida me faça perder tudo o que fui, sou
e serei. Como uma leitora assídua, vivendo entre a realidade e fantasia...
Pretendo não perder mais ninguém. Pretendo, mas Deus/Alá/Tupã/Zeus deve estar
rindo do meu plano que é: virar uma vampira, morder meus pais e vivermos
imortalmente felizes. Sim esse era meu plano.
Dentro
do plano, tem espaço para morder alguns amigos e celebridades. E vestir preto
porque preto emagrece. Neste momento, você deve está dando gostosas gargalhadas
e eu não ligo... Porque eu I LOVE CREPÚSCULO e I LOVE TRUE BLOOD, mas preciso
avisar que vendi o Box crepúsculo para não deixar vestígios de que eu realmente
queria ler os pensamentos das pessoas e brilhar no sol. Na verdade todo mundo
brilha no sol... Suor, a make derretendo, os cílios postiços descolando...
“Nossa como você brilha. Onde comprou esse pó iluminador?” “É oleosidade,
moça.” E ainda falando sobre o plano de como manter meus pais vivos para
sempre, não tive boas respostas na pesquisa do Google (congelar meus pais em outro país? Marminina.. É cada uma). MAS EU AINDA POSSO SER
UMA VAMPIRA! Eu só preciso achar um vampiro em um bar, sentar ao lado dele,
jogar o cabelo mostrando o pescoço e sorrir com carinha de “ANDA, ME MORDE
LOGO, MEU FILHO. QUE EU NÃO SOU TUAS VAMPIRAS”.
Estou
brincando com o que os meus pais cochicharam (eles não sabem cochichar direito)
porque é assim que sou, amenizo dores e principalmente as minhas. São tudo o
que tenho, quero orgulhosos, segurando meus três filhos (Calincko, Calinckiane,
Calinckam), quero segurar a mão enrugava e calejada de painho aos cento e
poucos anos. Quero a risada exagerada de mainha no meu casamento. Quero mainha
dando um “cheiro” no primeiro neto. Quero painho dizendo “ela é jornalista”.
Quero dar tudo que não tiveram, mas mesmo assim me deram.
Leitor,
eu quero eles para sempre. São meu porto seguro, minha lanterna na escuridão, minha alma, meu sangue, minha molécula,
átomo, brisa, camomila, minha paz, meu coração. E mesmo com tantas injustiças
que aconteceram com eles... Ainda há esperança e amor neles. Eu escuto e sinto
na casa silenciosa enquanto vejo embaçadas as letras no teclado. “Amai-vos.”
E estou amando.
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