02 julho 2015

A história do esmalte


Vivo diante de vários questionamentos. Às vezes úteis, sem repercussão ou algo que não precise ser desconstruído por especialistas e pesquisadores. Ao pintar as minhas unhas de vermelho “paixão” me vi questionando a história do esmalte.

“Como surgiu? De onde veio? Como vivem? O que comem?” Hoje, no Toda Linda de Valentino. Nunca me interessei em pesquisar algo que uso e abuso constantemente. Algo que demonstra a minha vaidade e cuidado, algo que possa entregar a nossa personalidade. Como pude Esquecer-me do esmalte? Bem, nunca é tarde para fazer o jogo virar. Dei uma breve pesquisada e descobri que o primeiro esmalte surgiu na china 3000 a.C., uma mistura entre cera de abelha, clara de ovo e goma-arábica (???). Faltaram alguns vaga-lumes, uma penteadeira, uma câmera Tekpix, um fio de cabelo de uma ruiva virgem...

O esmalte tinha um papel importante em algumas dinastias a.C. porque indicava a posição social das mulheres e dos homens. O verniz de unha vermelho e preto indicava quem pertencia à realeza. No Egito Cleópatra utilizava o vermelho rubi. O esmalte que conhecemos hoje foi feito em 1925 e era transparente (base). Só em 1932 o esmalte ganhou cores brilhantes pelos irmãos, químicos, Charles e Joseph Revson (OBRIGADA POR ISSO). E desde então, pintar as unhas é uma banalidade. Muitos não percebem a importância do líquido que enfeita nossas mãos e pés. Talvez eu tenha desenvolvido um olhar mais clínico para escrever sobre, mas a verdade é que, em tempos de preconceito e intolerância, ainda há quem diga que pintar as unhas de vermelho é coisa de “puta”. Assim como o batom vermelho, o short curto, o decote, o esmalte faz o seu papel para combater o machismo de mentes requintadas de burrices. USA ESMALTE VERMELHO SIM! Você é da realeza, só não possui um império.

O esmalte ajuda na entrevista de emprego por demonstrar o cuidado que as mulheres possuem com as próprias unhas e também pode ajudar a passar vergonha. Como assim passar vergonha? SIMPLES, pintei as unhas dos pés de vermelho e passei mal por causa de anemia, colocaram uma sapatilha nos meus pés e me levaram ao hospital. Quando o médico pediu para que me internassem... Ele tirou a minha bolsa e A SAPATILHA. Ficou olhando para os meus pés achando que era sangue e só depois percebeu que era esmalte borrado, juntando meus dedos... FOI LINDO? FOI. ELE RIU? SIM, ELE RIU. ELE ERA GATO? ERA. EU FIQUEI BEM TRISTE? FIQUEI.   


O importante é que fiquei bem – traumatizada – e tudo deu certo. Deu tão certo que não pinto mais as unhas dos pés. Tiro a cutícula, passo uma base e só. Passar essa vergonha já foi riscado do meu caderninho “as vergonhas que passei”. Sigo em frente porque tem mais vergonha para acontecer. 

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