09 julho 2015

Encontro com pessoas ricas


 Você já saiu com uma pessoa rica? Rica do tipo: tem um iate, come escargot, coloca um lenço no colo em vez de colocar na gola da camisa ou joga golf. Se você nunca saiu com uma pessoa assim, bem-vindo(a) ao meu lindo mundo. Porque seria um pesadelo.

Eu sei que muita gente quer um namorado rico, bonito, rico, inteligente, muito rico, MAS eu não sou todo mundo. Eu morro de medo de ir à cozinha na madrugada e ver um cara rico lá. Sério, seria um dos meus pesadelos. Eu tenho a impressão de que as pessoas ricas brincam de viver e que a qualquer momento descartam as pessoas que possuem uma renda menor em questão de segundos. Sem mencionar que a maioria é egocêntrica, te olha com nojo ou só quer aproveitar algo que você tenha (a sua beleza, poder em algo ou um talento que possa vir ameaçar a tal pessoa rica). Se já existe pessoas que se acham sem ter dinheiro... Imagina quem tem.

Em um diálogo com um amigo, ele contou que um cara rico estava interessado nele e fui fazer o que qualquer amiga faria: STALKEAR (vasculhar a vida dele pela internet). Bem, eu descobri que o moço pode gritar a qualquer hora “EU SOU RYCCAAAAAAAAA”. Fotos da mãe em belíssimos eventos (para pessoas ricas), a irmã viajou o mundo (não foi pelo Ciências Sem Fronteiras), o sobrinho parece aqueles bebês de comercial e o pai curtindo a vida em: IBIZA. Está pouco ou quer mais? O pobre menino rico é gay, mas não assume e desfila com lindas garotas no carro que nem sei o nome (só reconheço o Fusca e uma Vam). Sinceramente eu não nasci para ser interesseira, eu não sei lidar com esse tipo de mundo. No máximo, eu saberia lidar com compras na C&A. Não nasci em berço de ouro, mal consigo distinguir a taça de água para a de vinho e quando falam “senhora, você quer vinho tinto seco ou suave?” eu tenho vontade de pedir uma Coca-Cola. Imaginem Calincka namorando um cara que dá jóias, com esmeraldas, e ela dando um KAIAK no dia dos namorados... Pedi ao amigo para tirar o unicórnio da chuva e escolher outra pessoa. Não é preconceito da minha parte, é medo. Já ouvi muitas histórias de pessoas sendo humilhadas e abandonadas só com a roupa do corpo. Infelizmente é a realidade.

Eu sou aquela que curte coisas simples. Digamos que eu adore comer tapioca com a mão, passar o dia de moletom com meia e chinelo, comer como nordestino (farinha no meio), pagar meia no cinema, comprar bolsa de marca falsificada, gargalhar alto, usar sapatilhas, short folgado, correr atrás de ônibus (a vida tem que ter emoção) e ir para a faculdade de barca. Não posso negar que milhões na minha conta seria uma maravilha, mas posso afirmar que jamais agiria como uma pobre menina rica que bate o carro e no  dia seguinte... Compra um novo como se fosse comprar o pão que acabou.


Me leve ao cinema, a uma pizzaria, me compre livros, divida a batata comigo, segure a minha mão, elogie meus olhos, coloque mais água no feijão quando eu chegar, conte suas histórias e veja o quanto aprecio essas pequenas riquezas. 

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