A culpa é sempre
nossa. Não por sermos acusados de um erro, mas nós nos culpamos antes mesmo que
alguém apareça e diga que há um erro. A GENTE JÁ SABE QUE ESTÁ ERRADO. Se
ocorrer um acidente de trânsito em frente ao seu local de trabalho... Começamos
a pensar “meu Deus, a culpa foi minha por não ser a Mulher Maravilha”.
A paranóia
persegue a gente até o momento de dormir. E quando não conseguimos dormir ficamos
pensando nas seguintes situações “o que será que eu vou quebrar amanhã?”, “será
que o entrevistado percebeu que ficou sem a caneta porque me esqueci de
devolver?”, “Será que eu mandarei e-mail sem anexar o arquivo novamente?”, “Quando
o chefe me chamar na sala dele... Eu finjo um desmaio ou uma convulsão?”, “Meu
Deus, tem duas pessoas com o mesmo nome. Eu salvo o número como Fulana que usa
salto e Fulana que usa saia de reggae?” “Ave Maria, será que meu chefe sabe que
eu tenho esse blog? Será que ele leu todos os textos? MEU DEUS DO CÉU!!! SERÁ?”.
Aí você mentaliza “calma, calma, calma, calMAS SERÁ QUE ELE SABE MESMO DO BLOG
E QUE VIM AO PLANETA DESTINADA A PASSAR VERGONHA?”.
A primeira
semana ninguém te assusta, mas aí você derruba suco no teclado, manda e-mail
para a pessoa errada, acha que ninguém sabe que você está ali suando frio e com
medo de errar alguma coisa, fica em dúvida se a transcrição do áudio ficou apresentável,
vai imprimir o texto e a impressora que não quer funcionar te obriga a fazer
uma novena para Nossa Senhora dos Estagiários. Acha que ta sendo vigiada e que
a qualquer momento Pedro Bial vai aparecer e falar com metáforas que você ESTÁ
FORA DA CASA CHAMADA EMPREGO. Fica se perguntando e tentando lembrar-se dos
slides que a professora explicava cada função, mas percebe que não tem nada a
ver com nada. Tipo a fórmula de bhaskara.
“Deixa eu usar aqui a fórmula de bhaskara para ver se o cobrador me deu o troco
certo.”
A primeira vez
que você vai produzir um texto em formato específico para uma das áreas do
jornalismo é como se fosse fazer a primeira prova COM CANETA na escola. Lembra
como era assustador? A prova ficava parecendo um quadro do Romero Britto. E então
você é cativada pelas pessoas que trabalham com você, é cativada pela rotina e
não se vê mais na procrastinação, não consegue se imaginar sem a sensação de
que você está sendo desafiada e testada a cada minuto. E que um longo caminho
com pedras (para construir meu castelo com Adam Levine) nos espera.
O melhor é que
você surpreende as pessoas que não te deram uma oportunidade e pode dizer “PARECE
QUE O JOGO VIROU, QUERIDINHA”.
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