- Gente... Juazeiro... Gente......... Meu Deus.
Sábado (TUNZ, TUNZ, TUNZ) o dia em que Deus/Tupã descansou e dia
dos amigos jogarem as apostilas para concurso de lado, amassar, pisar em cima e
sair para dividir a barra que é viver. Reunimos-nos em um bar na cidade de
Juazeiro com a intenção de criar raízes lá. Os planos mudaram ao dizerem três
palavras. “HOJE TEM SAULO”.
Confesso que me animei e sim, coloquei uma condição (na verdade
foram várias, quase um contrato): ficarmos parados, sem gente suada por perto,
sem ser roubada (MINHA NUDES NO CELULAR, NINGUÉM SAI), levar BOM AR. Assim como
algumas pessoas viram vegetarianas do nada, eu virei anti-pipoqueira. Sabe o
que pipoqueira? Aquela pessoa que não comprou o abadá e fica de fora da corda dançando como se não
houvesse amanhã. Sendo roubada também! Sentamos em um bar próximo ao local onde
teria o encontro de trios, o encontro de Margareth
Menezes e Saulo. O shock de monstro, o fatality do carnaval em Juazeiro.
Quando os trios começaram a aproximação do nosso
local estratégico e vigiado pela polícia (SIIIIIM, ficamos perto dos policiais
porque quem tem celular e documentos tem medo)... Leitor, sente-se, segure na
minha mão e me ajude a encontrar o botão “desver”. Apareceu muita gente. Gente
que você gostaria de “desver e desver novamente”. A impressão que ficou é que
há um submundo abaixo de Juazeiro e essas pessoas saíram de lá quando alguém
gritou “COMEÇOU O CARNAVAL”. Mas como eram essas pessoas? Rapaz, eu pensava que
eu era feia... Agora eu tenho certeza que não sou das piores. Virei para o meu
amigo e disse “vamos fazer uma cobertura independente e de graça?” “Vamos”. E
COMEÇAMOS A NOSSA COBERTURA CHAMADA “OS
BASTIDORES POR LAS GAY”. O nome se refere ao fato de que meus três amigos são
gays e eu sou a cota hetera. Sim, vimos
de tudo. DE TUDO MESMO. O primeiro momento flagrado POR LAS GAY foi a cena de duas mulheres dançando como se tivessem
tendo uma convulsão e rodopiado como um pião. QUASE VOARAM. DUAS BEYBLADE METAL
FUSION!!! É claro que me identifiquei!
Faço isso a cada final de semestre ao constatar que não fui para a final. A
segunda cena foi nomeada de “venha cá, venha cá, venha cá” porque um trio
passou cantando essa música (que não sei de quem é, porque SOU DE HUMANAS) e
atrás tinha apenas uma única pessoa colada no trio. Sim, uma única pessoa! E
claro, dançando da forma mais epilética possível. Se o trio freasse ela
desencarnava.
Por um momento achei que estava assistindo uma
peça com várias reviravoltas. Houve barraco porque a namorada viu seu macho
alfa (alfafa) olhando para outra fêmea, UMA DR EM PLENA FOLIA. E quando
pensamos que a cobertura tinha encerrado os trabalhos... Mais cenas dignas de
gostosas gargalhadas. Mães que deixaram os filhos surdos, mas não perderam a
festa. Acho que em um universo paralelo, as mães preferiam deixar o bebê de
colo no berço, longe de todo suor, cheiro de urina e TUNZ, TUZ, TUNZ. Contei
cinco mães com bebês de colo pulando o carnaval. NOMEEI DE BLOCO GALINHA PINTADINHA. Em outro universo paralelo, também
achei, que as grávidas de nove meses estavam em casa com a perna pra cima,
esperando a semana começar para fazer a ultrassom... Mas NAAAÃO. ESTAVAM LÁ! NO
CARNAVAL. QUASE PARINDO A CRIANÇA AO SOM DE SAULO. Contei sete. SETE GRÁVIDAS
QUE DEVERIAM ESTAR INTERNADAS PARA DAR A LUZ. O nome do bloco? BLOCO DA
ULTRASSOM 3D!! Esse carnaval foi o da inclusão, pois saído de um portal que não
conseguimos visualizar, apareceram dois cadeirantes correndo (em suas cadeiras,
claro) para a folia. Acompanhamos a cena e como se estivesse lendo as nossas
mentes... “ESSE É O CARNAVAL DA INCLUSÃO.” (Menezes, Margareth. 2015). Sim,
percebemos.
Em meio a muitas risadas com os comentários
apareceu uma cara (vindo do submundo abaixo de Juazeiro) encarando o meu amigo
e gritando os dizeres: “VEM NI MIM GOSTOSO”. Petrificado o meu amigo estava e
permaneceu fazendo a egípcia (fingindo que não era com ele). DEUS NÃO ACHOU
POUCO E MANDOU MAIS UMA PAQUERA PARA ELE... Dessa vez não era um cara, era uma
adolescente descalça, short curto, apertado, para tudo transbordar (se ela
sentasse o botão do short voaria e cegaria alguém) e fazendo a dança do
acasalamento com direito a giro de 360º. Sabe aquele giro da Globeleza? Imagine
a pessoa mais feia que você conhece fazendo ele. Pronto! E mais uma vez ele fez
a egípcia e eu com outro amigo respirávamos com ajuda de aparelhos de tanto
rir. Quando consegui respirar sem ajuda, passaram quatro policiais em fila
indiana e o último me paquerou. Sim me olhou até me perder de vista. O que fiz?
Sustentei o olhar por motivos de: L- I – N – D – O. Tive a impressão que ele se
sentiu aliviado por ver alguém comportada, totalmente vestida e sem suar. Bem,
é uma teoria... Mas eu me senti aliviada quando ele passou. Essa parte eu não
preciso desver.
Você pensa que acabou? ACABOU NÃO LEITOR! Lá
estávamos tentando parar de rir antes que chamasse atenção e... UM BÊBADO TENTA
SE EQUILIBRAR SEGURANDO EM UM TRONCO MAIS FINO QUE CANO PVC! O tronco da pobre
árvore estava cedendo com o peso dele e a queda seria mais feia que trocar o
nome do namorado atual pelo o do ex na tatuagem. E então ele percebeu que iria
cair e se sustentou em um tronco mais forte. FINGINDO QUE ESTAVA BEM ENQUANTO
EU PASSAVA MAL DE RIR. Mal puxei o ar para me recompor e entra em cena os
adolescentes alternativos. O Nome do bloco?
BLOCO NÃO PASSEI EM ZOOTECNIA NA UNIVASF!
Mais gargalhadas. Mais gente respirando por aparelhos. Você está aí leitor?
Porque tem mais... As roupas... JUAZEIRO FASHION WEEK. Sabe aquela pessoa que
quando se arruma a gente não nota a diferença porque parece que saiu de uma
festa temática chamada Festa Brega?
Então!! Salto Agulha. No CARNAVAL. SALTO. Gente, as unhas dessas meninas devem
ter caído... Os pés devem estar parecendo pastel de feira com aquelas bolhas.
Só lamento. E para quê isso? Para Saulo? Não. Para as pessoas que eu gostaria
de não ter visto. Amiga, pare. Valorize seus pés. Em mais um universo paralelo,
pensei que a renda estivesse sido extinta nessa época, mas NÃO. MUITA RENDA E
TRANPARÊNCIA EM QUEM DEVERIA TER AMIGOS PARA OUVIR “BICHA, PARE”. O ápice do
desfile foi uma mulher de biquíni. SIM. E TINHA IDADE PARA SER MINHA MÃE. E
PASSOU COMO SE ESTIVESSE ARRASANDO. Será que ela pensou que era a SAPUCAÍ? Se
ela confundiu, eu vou dar a minha nota. “ESCOLA DE SAMBA BICHA, PARE”, nota...
ZERO! PONTO ZERO.
O resumo? Para cada 50 pessoas: 30 eram
policiais, 10 grávidas, 10 pessoas feias. Infelizmente. Sou de humanas, mas
aprendi estatísticas nesse carnaval 2015.
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