- Posso passar o fio dental?
- Não!
Vestida no meu pijama com
fru-fru e surfando na internet (não sou o Gabriel Medina, mas sei surfar
lindamente na rede mundial de computadores) às 01h00 da madrugada e sobe janela
de um amigo me chamando para ir na orla de Petrolina e nos reunir com a Ciranda de Viados. Eu ia me negar?
Nunca.
Peço ao meu amigo 30 minutos para me arrumar e ele me dá 20
minutos. Alguma coisa eu ia deixar para trás... Deixei a maquiagem, o batom
rosa e a DISCRIÇÃO. Na verdade discrição nunca teve muito a ver comigo... Sou
uma contadora de histórias e preciso dar detalhes mesmo quando ninguém quer
saber. Ao chegar na orla eu encontrei a minha Ciranda e conversamos muito sobre
diversos assuntos, alguns desagradáveis e outros que renderam gostosas
gargalhadas. Não me deram tempo para passar farinha de tapioca na cara e então
decidi deixar a vergonha e discrição em casa para o sofrimento dos meus GAYS.
Eu estava me sentindo Maria: “bendita seja vós entre os viados”, porque nesta
noite eu era a única mulher entre eles.
Sabe o cara com quem me esbarro sempre que saio? Ele apareceu lá
ficou alguns minutos (o suficiente para me fazer desejar uma casa com 3 filhos,
um cachorro e ele nu me esperando em uma banheira... Momentos). Mais uma vez deu um beijinho no meu cabelo
patrocinado pelo Pantene E FOI EMBORA
PORQUE ESTAVA GRIPADO. EU NÃO ME
IMPORTARIA DE PEGAR GRIPE COM ELE. EU ATÉ O BEIJARIA COM O NARIZ ESCORRENDO. (Mentira
gente, eu tenho uma higiene a zelar). O ápice da noite foi a minha falta de decoro.
É que na minha Ciranda (é minha sim, comprei no Mercado Livre) Fulano já ficou
com Beltrano, que já ficou outro Fulano da Ciranda que namora um outro Beltrano, também da
Ciranda, e que é só amor, parece seriado americano, mas de verdade mesmo e SEM
MÁGOAS, SEM DISPUTA... Quase um PASSA OU REPASSA ONDE EU SOU O CELSO PORTIOLLI.
Mentira! Está mais para o poema “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade: João
amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim que amava Calincka
que amava Adam Levine que não amava Calincka, triste fim...
Como todo palhaço, eu comecei a imitar um dos amigos sobre os seus
cumprimentos: a diferença quando ele cumprimenta alguém que está querendo nu e
a diferença de quando ele não quer conversar sobre Aécio Neves. É claro que
rimos até perder o ar, mas valeu à pena e sem querer, no momento das imitações
acabei entregando os ex romances... Discrição? ZERO. RIMOS MAIS AINDA. Estava
com medo que eles pudessem ter um aneurisma de tanto rir. O AMIGO QUE IMITEI
FICOU TÃO DESNORTEARDO COM MINHAS OBSERVAÇÕES QUE ESQUECEU O QUE ERA ESQUERDA E
DIREITA... Tudo bem que ele é de humanas... MAS EU FIQUEI PREOCUPADA!
E como é bom gargalhar sentada no chão com um bando de viados
lindos, talentosos e bem sucedidos! Eu estava precisando dessa injeção de
felicidade + risadas + amor e VIDA!
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