05 janeiro 2015

Término, vinho e música

- Cadê a minha faixa de Rainha do Drama?

Costumo dizer que o blog nasceu do término de um relacionamento. É 50% VERDADE PORQUE A OUTRA METADE FOI POR CAUSA DE DOIS AMIGOS FAZENDO UMA INTERVENÇÃO. Como assim? Bem, um relacionamento de três anos me fez cair no fundo do poço e como eu tenho muito cabelo até me senti Samara de O CHAMADO. Na época eu queria muito receber uma ligação onde alguém dizia que eu iria morrer em sete dias...

Você conhece o tempo?  Segundo um amigo, o tempo é imensurável.  Para mim, o tempo para terminar algo é mais lento e para você pode ser mais rápido. Não entrarei nos detalhes da física quântica porque SOU DE HUMANAS, mas quero que entendam o fato de que sinto demais. As coisas me atingem de forma inexplicável, é como se eu fosse sensível a todo tipo de informação. E isso é verdade. Perco noites pensando em problemas que não são meus, como por exemplo: quem vai ajudar aquela ex amiga que anda se autodestruindo? Isso não é mais problema meu, mas sou humana, sensível e dou a cara para bater.  Calma, ando dormindo bem e não me ocupo mais com o drama alheio, foi apenas um exemplo...

Há mais de um ano que o meu relacionamento acabou. Sou tão grata por ter o conhecido, mas relacionamentos acabam a cada instante por “N” motivos. O meu foi à distância, e como eu sou de humanas e ele é de exatas... Ele mediu a distância que eu levava para chegar até ele e viu que não estávamos mais felizes com tanta espera e fronteiras.  Foi uma história linda, encantada e terna.  Mas caminhamos para estradas contrárias e a cada momento ficávamos mais distante um do outro. Hoje, estou madura o suficiente para contar como fiquei ao perceber que estava acabando e como o drama é uma das minhas características...  SE VOCÊ JÁ SURTOU, QUERO QUE SAIBA QUE NÃO ESTÁ SOZINHO LEITOR!

Eu posso começar dizendo que fui me despedir e quando voltei me senti um Kamikaze. Tranquei matérias na faculdade, me tranquei no quarto e... DORMIA NO CHÃO AO LADO DA MINHA CAMA. Sim. Fiz playlist com músicas de término e dançava ao som delas. As preferidas: Someone Like You de Adele, Don’t Speak da banda No Doubt e WHITE FLAG de Dido. Nossa, eu fazia a festa dentro do quarto cantando essas músicas (sou péssima em inglês e escolhi espanhol no ensino médio).  Segurando um vinho barato, eu passava 24 horas vestida em uma blusa do Led Zeppelin que era do ex. SEM TOMAR BANHO E SEM MANTER CONTATO COM A TERRA.  Senti-me no filme PS. EU TE AMO, PORQUE EU FICAVA DIAS SEM COMER, SEM TOMAR BANHO, SEM ABRIR A PORTA E ATENDER LIGAÇÕES. Como Holly, a protagonista.  A diferença é que eu não recebia cartas para me guiar até ficar bem. Recebi algo melhor: amigos.

Estava no fundo do poço (na minha mente, e com Samara), deixando minha mãe louca porque eu me trancava.  “VOU ARROMBAR A PORTA” “A SENHORA PODERIA SE TELETRANSPORTAR PARA OUTRO PLANETA E ME DEIXAR OUVINDO ADELE? EU AGRADECERIA!”. E aí ela se teletransportava? Não. Ela chamava os vizinhos, a família e um policial que é meu vizinho. Sim, minha mãe é dessas e o drama é e família. O policial batia na porta do meu quarto e dizia “Calincka, eu não vim te prender. É fulano. Só quero conversar... Você tem quantas garrafas de vinho aí?” e eu chateada com Deus e o universo respondia “Eu tenho 3 garrafas de vinho, não estou dirigindo e você precisa de mandado para entrar no meu quarto ou arrombar”.  Até hoje, com gargalhadas, ele pergunta se ele pode ir atrás de um mandado. Virei piada. Mas eu sou. Não tem pra onde correr.  Quando as aulas voltaram eu disfarcei maravilhosamente bem, mas aí minha mãe arranjou escolta para me levar até a faculdade porque eu teria que: atravessar o Rio São Francisco ou ir pela ponte... E a vontade de se jogar não era pouca. PASSEI SEIS MESES SOFRENDO E CAUSANDO (longe de olhares, claro. Porque a sanidade iria voltar...). E aí, o tempo foi acalentando, guardando os bons momentos e feliz por saber que passou, que sou madura e que tenho um blog que é lido até em OUTROS PAÍSES.  E estou rindo, hoje, do papelão que fiz. 


Agora? “O mundo vai acabar e ela só quer dançar, dançar, dançar. Pneus de carros cantam!”

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