- Ele não diz, mas eu sei que ele gosta
de mim.
O
que podemos afirmar aos dezesseis anos? Como podemos ter certeza que é amor ou
apenas um momento em que você acha que vai viver pra sempre com aquela pessoa?
Eu não sei em que momento me vi lendo uma mensagem de um adolescente de
dezesseis anos falando sobre amor e pedindo conselhos... Mas eu me vi. ME VI
NELE.
Eu
vi aquele jovem me perguntando se eu poderia dizer se o outro menino o amava
mesmo não dizendo, nem materializando em palavras ou em gestos... Como eu
poderia ter a certeza sobre um relacionamento que não conheço, sobre dois
meninos com a idade que já tive (e foi a pior idade por não acreditar no amor e
achar que não poderia ser amada)? Quem pode dizer se há amor ou não? Caberia a
mim dizer que haveria outros garotos, outros tipos de amores? Não, eu não
poderia dizer nada mais que “talvez só não possa demonstrar”. Eu disse “não
pressione” e percebi que aos vinte e três anos estava na mesma situação que o
garoto aos dezesseis.
Talvez,
naquele dia, ele tenha me visto como uma pequena salvadora, mas eu não conseguia
salvar nem a mim mesma. Nem a minha
própria essência luminosa dos dias tristes e o garoto estava tão triste e
frustrado. Tão determinado a ter uma certeza... Eu queria ter dito mais, mas
não pude naquele momento eu precisava pensar e escrever sobre ele para não
deixá-lo para trás como alguém que abandona. É o máximo que posso fazer por ele
aos vinte e três! Eu não tenho certeza se ele te ama porque promessas podem ser
feitas e desfeitas em um curto espaço de tempo. E não tenho certeza se o que
existe entre vocês possa ser amor. Amar é tão bonito e assustador, sabe?
Fazemos sacrifícios, dói, dá náuseas e também anestesia! A EUFORIA É
INQUIETANTE, mas também acalma, conforta e abraça. O medo de não ter reciprocidade pode paralisar
e fazer com que as palavras não existam, os gestos podem ser pequenos e
contidos pelo mesmo motivo. E é por esse motivo que digo: eu não tenho certeza
sobre o que as outras pessoas sentem.
Eu sei,
muitos vão te julgar por você ter apenas dezesseis anos. Ninguém pode fazer isso, sabe? Eu posso ser
mais velha, mas eu não sei de nada. Eu sei que gosto de escrever, sei quem
deixou saudade e que me sinto como você: também estou perdida. Eu sei recomeçar
se algo der errado e eu posso te ensinar. Eu sei que há dias ruins, outros
piores e dias em que estamos fugindo de guerras para nos proteger e proteger os
outros. Outra certeza que tenho é que aos vinte três anos a gente vai ficando
forte emocionalmente, a vida se
encarrega disso e que cada pessoa que passar por sua vida terá um papel
fundamental para seu aprendizado. Disso, eu tenho certeza.
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