12 setembro 2014

Botão

- Linda e importante como um botão.
- O quê? Não entendi.

A luta é diária, é sangrenta por causa das hemorragias internas que não demonstramos, é cansativa porque caímos ao correr, tropeçamos ao caminhar e batemos em uma parede quando tentamos voar (no meu caso, acho que mula não voa).

Que luta é essa? Não é MMA, mas é um pouco parecida porque damos socos em tudo que nos faz mal e nos sujeita a ficar de mau humor como Juliana que não quer sambar. O arame farpado de palavras cortantes também atinge as minhas costas, mas eu recorro aos amigos (lembre-se de recorrer aos amigos de verdade e não aos que você pensa que são) para que tirem mesmo que doa e sangre. E aí acontece a sutura. A sutura é feita com abraços, brigadeiro, textos de Carpinejar, banho demorado com sabonete líquido esfoliante, risadas ocasionadas por vídeos na internet, compras na Marisa, cheiro de livro novo, músicas novas vazadas dos seus artistas preferidos, ônibus com lugar vago para você sentar, impressora HP reconhecendo os cartuchos novos, feriados que caem na semana, ganhar livros, entrar na calça 38, dar like no Tinder quando é ex-colega do ensino médio (e ao acontecer à combinação... Fingir que nada aconteceu).

Há as suturas que doem um pouco e deixam marcas, mas eu uso base Mary Kay e elas ficam imperceptíveis, como se não existissem. Uso pó iluminador para iluminar a vida e vou seguindo porque há livros que ainda não li, há pessoas que ainda não vi, há posições sexuais do Kama Sutra que ainda não fiz (Mainha estou brincando, viu? Por favor, não me coloque pra fora de casa porque não sei cozinhar feijão), há shows que ainda não fui, há Paris me esperando, há mais beijos de paixão que receberei, há o choro do meu bebê que ainda não ouvi (vai se chamar Calincko se for menino porque tem que crescer sofrendo para depois sambar como a mãe), há alguns papéis de trouxa que ainda não fiz, há a volta de Jesus que não quero perder (já comprei ingresso na pré-venda), há outros foras que ainda não recebi e há o que está guardado para mim. Há a minha missão e tenho um pequeno vislumbre do que seja e ela está acontecendo agora em mim e em você.


Há outra coisa que preciso melhorar para depois melhorar o que está ao meu redor. A autoestima. Ela foi plantada, está sendo regada, cuidada e crescendo. Logo dará frutos saborosos e sombra para amantes e quem queira descansar perto dela. Eu aprendi a repetir como um mantra que sou um botão. Um botão é necessário, segura, dá charme, cai e faz falta, mas logo volta para o seu lugar que é perto do coração de alguém. 

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