21 setembro 2014

Socorros

- Quer que eu vá aí?
- Não!
(Ela me encontra deitada no chão do quarto, chorando, com direito a trilha sonora.)

É fácil perceber quem são seus amigos e mais fácil ainda quando aparecem sem ser chamados. Todo mundo tem um amigo que larga as coisas para te puxar do chão e te dizer que vai passar. Agora se você disser que não tem amigos... Eu tenho uma má notícia... Você é uma planta! Só a sua mãe te rega e mexe na sua areia. E caro leitor, eu espero que você tenha amigos... Se você for fã de Gustavo Lima eu entenderia a ausência de amigos na sua vida.

Ser verdadeiro. Se permitir. Tirar a armadura. Três frases que te fará conquistar os melhores amigos, aqueles que te ajudarão em qualquer situação, aqueles que não te abandonam mesmo você vestindo uma roupa de estampa dos quadros de Romero Britto ou as roupas da Regina Casé no ISSSSSSSSSQUENTA. Demora conhecer pessoas assim, mas o tempo capricha. Ele vai te preparando para que você os encontre na hora certa e no lugar certo. E lá está à mão para te puxar do chão. Esses amigos são tão preciosos que dá vontade de colocar em uma caixa da Barbie e colocar embaixo da árvore de natal, para uma criança (que está sofrendo) ganhar os mesmos abraços que ganhamos e ouvir o “vai passar”.

Os amigos de verdade não te viram as costas, te puxam para conversar como uma mãe faria se soubesse que o filho quebrou a janela do visinho. Isso é tão bom, sabe? Espero que saiba leitor, mas se não souber... Estarei disponível para no mínimo te mandar as energias boas que me rodeiam. Eu grito “socorro” e uma amiga aparece com um prato de brigadeiro (não irei gritar socorro porque estou de dieta), grito “meu Deus” e um amigo manda uma mensagem dizendo que vai me pegar oito horas da noite para sair por Petrolina e Juazeiro, grito “MAAAAAAAAAAINHA” e ela vem desesperada, da cozinha, e eu digo que chamei para matar o grilo. Levo umas chineladas? Levo.


Eles me aceitam com cicatrizes, suturas e piadas na hora errada e lugar errado. Sou Ph.D em fazer piadas em lugar errado e na hora errada. Exemplo? Fui a um velório de um parente e soltei “olha, está sorrindo. Eu com certeza quero morrer sorrindo porque não está fácil para ninguém.” Mainha me fez voltar para casa. Dei gostosas gargalhadas porque lembrei que a coordenadora do meu colégio me fazia voltar quando eu ia com a farda incompleta. 

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