(Brincando de se esconder)
- Andressa ainda está contanto, Calincka!
- A gente consegue bater antes dela nos ver
Bruno?
- Ainda não, mas eu queria...
(ELE ENFIA A LÍNGUA NA MINHA BOCA)
Para muitos o primeiro beijo foi estranho,
horrível, do nada, babado... E o meu foi tudo isso junto. Uma alma inocente
brincando de se esconder e puxada para um cantinho da parede para ser beijada
pelo o MELHOR AMIGO DE RUA. Como todo ser humano normal, eu não gostei por dois
motivos: era meu amiguinho e tava com gosto de Fandangos.
Eu não participava da brincadeira “salada mista”
porque NUNCA era escolhida, e por que? pelo simples fato de que não penteava o
cabelo e os joelhos eram cinzentos. Em 2001 eu não sabia nem para o que servia
máscara para cílios. Onze anos de idade, muita inocência, abestalhamento E
PASMEM QUE ATÉ OS 11 ANOS EU TOMAVA MAMADEIRA. Sim, me arrumava com a farda
para ir ao colégio E ESPERAVA MEU PAI TRAZER A MAMADEIRA COM TODDY FEITO POR
ELEZINHO. Uma mania que não conseguia largar até o dia em que minha mãe me viu
encostada em uma parede sendo beijada assustadoramente pelo filho do vizinho.
Daquele dia em diante a terra mudou de lugar e as
telhas da minha casa só não voaram porque Deus está no comando. Além de ouvir
sermão, fui ameaçada com frases “vou contar pra todo mundo que você toma
mamadeira”, “Não quero mais você brincando com Bruno ou vou lá no Colégio CDB
contar que você ainda mama na madeira”. Foi um dia terrível para a minha pessoa
porque eu nem gostei do beijo e eu nem queria mais brincar com o Bruno. Mainha
aterrorizada não sabia que: estava me fazendo um favor.
No outro dia cheguei para painho e disse “me
passa a mamadeira” (como em um assalto, mas sem violência) e joguei a mamadeira
em cima da casa. É claro que essa atitude desencadeava vários medos nos meus
pais. Eu estava crescendo. O primeiro beijo e a despedida da mamadeira foi o
começo de uma linda dança com os hormônios. Estava crescendo e eles não
poderiam fazer nada.
O segundo beijo foi aos 16 anos e, péssimo,
porque eram duas amigas saindo com dois amigos. O que sobrou para mim tinha
cara de quem dançava Ara Ketu E PELA AMIZADE (que durou um ano por motivos de:
ela era mais falsa que simpatia pra ganhar dinheiro) tive que beijar a cópia de
Leo Santana, só que sem anabolizantes. Os demais beijos foram os melhores, pois
eu merecia e aconteceram na minha transição “me vingando ficando linda” e
“paquerando você aqui, mas é só porque não tem nenhum filme bom para baixar”.
Somente o seu terceiro, quarto, quinto, décimo segundo farão você se arrepiar e
sincronizar língua com língua e toque com toque.
Eu defino meu primeiro beijo como se estivesse
tentando achar uma bala com a língua na boca de alguém e sem achar. E não posso
esquecer-me de um beijo cinematográfico que tive. O menino beijava SOMENTE meus
lábios. Eu ficava lá, esperando a língua aparecer ou Woody Allen dizer “CORTA” e bater palmas pela
cena maravilhosa! Vocês que beijam sem língua... Eu não acordei do coma para
isso!
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