- Sério? 2008 e
você ainda é virgem? Uau, mas é por ser feia?
- É, e pode
abrir a porta do carro que quero sair e meu pai corta cana na roça dele... O que
significa que ele tem um facão.
Aqui estou
dividindo uma história inocente por minha parte e que aos 18 anos esperava o
príncipe. O príncipe que é criado por mentes sonhadoras e repassadas de mães
para filhas. Tinha acabado de completar
18 anos, não bebia, não dançava na boquinha da garrafa e só pensava em parar de
passar roupa para passar em um vestibular.
No ensino médio
eu não era a garota popular, não era a garota engraçada, não era a garota que
já transava. Eu era a que ia para o colégio particular com a farda incompleta,
só para voltar pra casa e dormir. Não é novidade que eu não gostava do colégio.
Sofria com piadinhas por não ser bonita (eu confesso, eu nem penteava o cabelo
e usava curto. Fora que comia coxinha como se não houvesse amanhã) e por ter um
nome exótico. Eu não falava nada, juntava a mágoa como uma galinha junta os pintinhos
embaixo de si (nossa, de onde eu tirei esse exemplo?).
Certo dia, estou
no colégio assistindo aula de Biologia II tentando aprender por osmose ou pedir
o caderno de um colega para xerocar as anotações. A professora apagava mais
rápido que gente tomando 40 gotas de Rivotril. Recebi um bilhete, entregue por
uma menina de outra turma. O bilhete dizia “vamos sair sexta? Acho você legal.
Fulano.” Gente sabe quando você escuta um coro de “ALELUIA”? Então. Eu aceitei
por dois motivos: eu nunca tinha recebido um bilhete de um menino e nunca tinha
tido um encontro. E de bônus ele era um dos mais bonitos do colégio.
Eu não
desconfiava de nada, estava surpresa. Encantada. Mas desconfiar de algo nunca
passou na minha mente. Ele não me pegou em casa. Esperou-me em rua e em um Gol.
Ele sugeriu um bar, foi educado, encantador, um príncipe! Conversamos muito e
eu honestamente pensei que iria namorar um dos garotos mais bonitos do meu
colégio. Já estava pensando em fazer o nosso álbum de fotos “momentos” no
Orkut...
Do nada ele
ficou nervoso e olhei para trás, dois amigos dele do colégio sentaram na nossa
mesa e deram boa noite. Caro leitor, não chore. Calma e respire. Um dos amigos
falou “cara você é foda! Agora vou ter que pagar você por pegar a carranca
indígena”. Eu queria chorar? Queria e muito.
Foi nesse dia que descobri o que era maldade, mas do nada eu senti um
paz interna e ouvi “fale” e respondi “você não vai pagar porque ele não me
beijou.” E novamente ouvi “fale” e abri a boca dizendo que se um dos três não
me levassem pra casa eu iria na delegacia, contaria para todos e poderia
processar. O menino do bilhete me levou e ao passar por um motel perguntou se
eu queria transar. Sim, e estou aqui vivíssima para contar. Pedi para sair do
carro ele disse que ia me deixar na porta de casa, recusei. Desci ali mesmo.
Peguei o ônibus
e fui pra casa. Resultado: ganhei inseguranças, depressão e ódio do colégio.
Mas assim que passei por isso, dois anos depois eu recebia bilhetes, flertes e
em 2010 o príncipe chegou. Ele não era o mais bonito do colégio. Ele é o mais
bonito da cidade e hoje vi o garoto que tentou “pegar por uma aposta”. Como
posso descrever??? Gostaria de colocar a foto dele aqui, mas tenho medo de
processos. UMA PALAVRA, UMA ALEGRIA (PARA MIM), UMA REALIZAÇÃO E VINGADA PELA
VIDA: ele está um exú, casado (não tenho certeza porque está com cara de pobre
e não num sentido bom), com uma filha feia (Deus me perdoe, mas agora ele sabe
o que é amar uma carranca!) e a mulher não tem noção de que gorda não pode usar
transparência. Ele me olhou dos pés até o Fritz
do meu cabelo e eu disse “tomara que façam apostas para pegarem sua filha” e
entrei na Marisa mais feliz do que fico quando faço sexo.
nossa cara
ResponderExcluirnossa
serio, n sei nem o q dizer
amiga to chocado
ResponderExcluirque liçao de vida
MEU DEUS
ResponderExcluircomo to morta, sou como vc.
so espero dar a volta por cima tbm D: