09 agosto 2014

Seja Mulher


Quem nunca ouviu a expressão “seja homem”? Reproduzida para desafiar ou encorajar aqueles que são tidos como corajosos, fortes e viris. Você pode denominar este texto como feminista ou tomar como verdade as minhas palavras. Permito até que reproduza o que vou expor aqui e se não concordar... Sabe onde estou? Nem aí.  

Seja mulher! Nós carregamos os filhos por nove meses na barriga, tendo alteração no peso, criando estrias devido à elasticidade da pele e muitas vezes não conseguimos voltar ao peso que queríamos. Nós cuidamos daquele ser de mãozinhas pequenas e olhinhos meigos que se tornou o nosso mundo ao primeiro choro (enquanto vocês, homens, estão classificando travesti no Tinder), nos entregamos aos homens de corpo e alma mesmo quando a intuição grita “VAI DAR MERDA”. E dá. Muitas vezes somos trocadas por uma mulher mais nova, bonita, uma ninfeta, porque não somos mais jovens e nos tornamos “a mãe dos filhos”. Só lamento! O QUE FAZEMOS QUANDO SOMOS ABANDONADAS COM OS FILHOS? Somos fortes. Somos corajosas, trabalhamos para sustentar a casa, para garantir o pão francês de cada dia, somos desafiadas pela vida à manter o nosso emocional estabilizado e fazer com que as nossas crianças sejam felizes.

Sentimos cólicas, corremos contra a idade para nos manter lindas e apresentáveis para agradar a todos, enquanto os homens vão criando a barriguinha de chopp e entradas no cabelo. Olha, para que está feio. Vai malhar porque a gente não tem a obrigação de ficar gostosa e ter que transar com um Homer Simpson. Prometemos fidelidade e cumprimos até o momento que vemos vocês de mãos dadas com outra mulher ou outro homem. Até mesmo encontramos o seu perfil no Tinder, bilhetes, mensagens no whatasapp... E quando perdoamos, perdoamos com a esperança da renovação, do recomeço...  Perdoar é bonito, não é? Perdoar é para quem tem coragem e nós somos corajosas, mas um dia cansa.

Na cama fazemos o nosso papel de meretriz e na mesa o de rainha. E mesmo assim, não somos boas o suficiente. Não importa o quanto esforçamos, não importa se somos engraçadas e se não deixamos o namoro ou o casamento cair na rotina... O cabra da peste sempre tem uma desculpa para cair fora do barco (relacionamento) deixando algumas lembranças ou três crianças. É JUSTO O “SEJA HOMEM”? Não no meu governo! No meu governo distribuirei cesta básica com bolas para os homens, fazendo com que eles abaixem a bola, porque estamos no século XXI e não brincamos mais de casinha. Somos independentes (UHUL), despachamos para Iemanjá a oferenda (rezando para que ela afogue), não esperamos mais ligações no dia seguinte e muito menos flores no nosso local de estudo ou trabalho. Assistimos comédias românticas com o pensamento “SÓ EM FICCÇÃO MESMO”, sabemos trocar pneu, temos a iniciativa de convidar um alguém interessante para sair sem medo de julgamento. Medos? só de ir à cozinha beber água e aparecer Pablo do Arrocha cantando “bom dia, meu bebê. Te amo, meu bebê”.


É claro que em toda regra há uma exceção. Há homens que fazem a depilação com cera valer a pena, a hidratação no cabelo que será acariciado por mãos que jamais será uma arma para nos torturar e sim para nos tocar com carinho, atenção e proteção. Esses homens fazem valer a pena a compra de calcinhas sensuais e sutiãs meigos na Marisa, e faz valer apena o parto normal do filho dele, fazem valer a pena a nossa existência. Mas eu ainda digo “SEJA MULHER” porque somos mais fortes que eles.      

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