Quem nunca ouviu
a expressão “seja homem”? Reproduzida para desafiar ou encorajar aqueles que
são tidos como corajosos, fortes e viris. Você pode denominar este texto como
feminista ou tomar como verdade as minhas palavras. Permito até que reproduza o
que vou expor aqui e se não concordar... Sabe onde estou? Nem aí.
Seja mulher! Nós
carregamos os filhos por nove meses na barriga, tendo alteração no peso,
criando estrias devido à elasticidade da pele e muitas vezes não conseguimos
voltar ao peso que queríamos. Nós cuidamos daquele ser de mãozinhas pequenas e
olhinhos meigos que se tornou o nosso mundo ao primeiro choro (enquanto vocês,
homens, estão classificando travesti no Tinder),
nos entregamos aos homens de corpo e alma mesmo quando a intuição grita “VAI
DAR MERDA”. E dá. Muitas vezes somos trocadas por uma mulher mais nova, bonita,
uma ninfeta, porque não somos mais jovens e nos tornamos “a mãe dos filhos”. Só
lamento! O QUE FAZEMOS QUANDO SOMOS ABANDONADAS COM OS FILHOS? Somos fortes.
Somos corajosas, trabalhamos para sustentar a casa, para garantir o pão francês
de cada dia, somos desafiadas pela vida à manter o nosso emocional estabilizado
e fazer com que as nossas crianças sejam felizes.
Sentimos
cólicas, corremos contra a idade para nos manter lindas e apresentáveis para
agradar a todos, enquanto os homens vão criando a barriguinha de chopp e entradas no cabelo. Olha, para
que está feio. Vai malhar porque a gente não tem a obrigação de ficar gostosa e
ter que transar com um Homer Simpson. Prometemos fidelidade e cumprimos até o
momento que vemos vocês de mãos dadas com outra mulher ou outro homem. Até
mesmo encontramos o seu perfil no Tinder,
bilhetes, mensagens no whatasapp... E
quando perdoamos, perdoamos com a esperança da renovação, do recomeço... Perdoar é bonito, não é? Perdoar é para quem
tem coragem e nós somos corajosas, mas um dia cansa.
Na cama fazemos
o nosso papel de meretriz e na mesa o de rainha. E mesmo assim, não somos boas
o suficiente. Não importa o quanto esforçamos, não importa se somos engraçadas
e se não deixamos o namoro ou o casamento cair na rotina... O cabra da peste
sempre tem uma desculpa para cair fora do barco (relacionamento) deixando algumas
lembranças ou três crianças. É JUSTO O “SEJA HOMEM”? Não no meu governo! No meu
governo distribuirei cesta básica com bolas para os homens, fazendo com que
eles abaixem a bola, porque estamos no século XXI e não brincamos mais de
casinha. Somos independentes (UHUL), despachamos para Iemanjá a oferenda (rezando
para que ela afogue), não esperamos mais ligações no dia seguinte e muito menos
flores no nosso local de estudo ou trabalho. Assistimos comédias românticas com
o pensamento “SÓ EM FICCÇÃO MESMO”, sabemos trocar pneu, temos a iniciativa de
convidar um alguém interessante para sair sem medo de julgamento. Medos? só de ir
à cozinha beber água e aparecer Pablo do Arrocha cantando “bom dia, meu bebê.
Te amo, meu bebê”.
É claro que em
toda regra há uma exceção. Há homens que fazem a depilação com cera valer a
pena, a hidratação no cabelo que será acariciado por mãos que jamais será uma
arma para nos torturar e sim para nos tocar com carinho, atenção e proteção.
Esses homens fazem valer a pena a compra de calcinhas sensuais e sutiãs meigos
na Marisa, e faz valer apena o parto normal do filho dele, fazem valer a pena a
nossa existência. Mas eu ainda digo “SEJA MULHER” porque somos mais fortes que
eles.
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