Simplesmente
atravessando a rua quando vejo um ex-colega do ensino médio. Ainda encaro com
cara de “o que foi? Quer me desenhar?”.
Imagine um lugar
ruim e que você tem que ir tooodos os dias e ainda tem a obrigação de tirar as
notas mais altas, aturar as piadas, o preconceito e o ego de alguns colegas e
professores que olham para você com cara de “essa vai engravidar logo ou ser
traficante”. Esse lugar se chama colégio. O inferno na terra.
Certa vez meu
primo depois de formado (não lembro quem contou, mas acho que foi meu primo)
esteve no nosso antigo e conservador colégio, encontrou alguns professores e a
minha ex- professora de informática. Ela perguntou “e Calincka, faz o quê da
vida?” “Calincka passou na UNEB e está cursando Jornalismo.”
“Sério???????????”. Meu caro leitor, a professora ficou chocada porque eu não
facilitava a vida para ninguém. Fingia ser demente, escrevia errado, faltava as
aulas, ia com a farda incompleta para me fazerem voltar e não estudava nada.
Colava mais que Super Bonder.
Eu não fazia
questão de mostrar nenhuma aptidão para os colegas e professores. Tirava 0,5
porque escrevia só o nome na prova. E sim, eu manchava o sobrenome Crateús já
que meus primos e irmã eram a alegria da família e professores. O fato é que
ninguém apostava em mim e não percebiam o quanto aquele lugar me fazia mal. Por
não me arrumar sofria com apelidos maldosos (porém me vinguei ficando linda).
Foi ali, naquele colégio “renomado” e particular que destruíu minha autoestima.
Calma, não é uma história triste. É até engraçada porque eu surpreendi a todos.
Eu surpreendi até a mim mesma. Escrevo melhor que muitos que estudaram comigo.
E NÃO CASEI COM NENHUM TRAFICANTE, MUITO MENOS ENGRAVIDEI DE UM. Estou me
formando, sou engraçada, não sou mimada e nem levo mais desaforo para casa como
fazia aos 16 e 17 anos.
Provavelmente irei
para a Europa em breve, sofrer um pouquinho lá, irei conquistar alguém com meu
humor e erros também. Serei mais do que a professora de informática imaginaria.
Eu quero o mundo, eu quero mais do que eu posso imaginar. SIM EU SOU:
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