17 julho 2014

Ilha

Ela morreu por dentro. Deixou-se por causa da tempestade dentro de si. Ela morreu na sua frente, no momento do adeus, no último sussurro que ecoava no aeroporto, a última pergunta dita por aqueles lábios que beijavam ternamente e calorosamente. Ela morreu e vaga reprisando cenas, palavras, tato, sexo, cheiros e beijos. Ela anda ouvindo e lendo a pergunta que você fez (aquela que a fez hesitar e voltar para casa sem nenhuma vontade de voltar) “o que eu vou fazer sem você?” em todos os lugares, ruas e bares. Em olhares e pequenas distrações. Ela morreu e está de luto? Como isso é possível? Ela não suporta olhar casais, ela não olha para os lados com medo de presenciar uma cena de amor ou demonstrações explícitas de paixões. Ela quis gritar que você iria viver, mas ela morreria no vôo. E assim aconteceu. Você vive e ela finge. Ela é uma ilha, rodeada por tubarões e sem beleza alguma. Nada mais cresce e floresce na ilha.

Um comentário:

  1. Ele/ela cresce sendo ele/ela mesmo, querendo apenas que o dia termine bem, Meninas, apenas sendo meninas, cochichando segredinhos entre amigas, e esperando o príncipe encantado; meninos, apenas sendo meninos, sendo mais um idiota, fazendo aposta, fazer qualquer besteira que apareça em sua cabeça, até quando chegar um tempo, não importando se é menina ou menino, sentirá a necessidade, de aliviar a tensão, que alguém lhe der um abraço apertado sem que peça, esteja lá pra lhe levantar a auto-estima. É ai que perceber-se que ser menina ou menino era legal.

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